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Estratégias de Inserção / Aconselhamento profissional / Como se relacionam as competências profissionais no mundo do trabalho?

As competências relativas ao universo profissional não devem ser reduzidas à capacidade de desempenhar, com eficiência e eficácia, as actividades requeridas pela natureza do trabalho. O conceito de competências profissionais precisa ser ampliado porque a dimensão técnica não pode ser o único parâmetro válido. Não englobam apenas uma dimensão individual de caráter cognitivo, relacionado com os processos de aquisição e construção de conhecimentos produzidos pelos sujeitos diante das exigências das situações concretas de trabalho. As competências profissionais envolvem outra dimensão, fruto de experiências colectivas, pois representam uma construção influenciada por parâmetros sociais, culturais, éticos, pedagógicos, políticos e históricos (Schwartz, 2001).

A noção de competências profissionais também diz respeito aos contextos, espaços e tempos socioculturais, políticos e económicos; às transformações técnicas e organizacionais; aos impactos ambientais, aos saberes formais e informais dos próprios trabalhadores, às contradições da sociedade, aos laços colectivos e de solidariedade, sendo significativo considerar também as influências da classe social, género, religião, etnia e grupos geracionais, entre outras.  Assim, os processos de identificação, definição e construção de competências profissionais não devem ser direccionados apenas para as exigências do mundo do trabalho. É essencial identificar competências para a autonomia, através da estimulação do pensamento crítico e da criatividade, articulando os aspectos profissionais com os sócio-políticos de maneira sistémica. 

Os elementos das novas práticas de gestão que configuram o modelo da competência no mundo do trabalho são:

  • A valorização dos altos níveis de escolaridade nas normas de contratação;
  • A valorização da mobilidade e do acompanhamento individualizado da carreira;
  • Novos critérios de avaliação que valorizam as competências relativas à mobilização do trabalhador e o seu compromisso com a empresa;
  • A instigação à formação contínua;
  • A desvalorização de antigos sistemas de hierarquização e classificação, ligando a carreira ao desempenho e à formação.

As noções estruturantes do modelo das competências no mundo do trabalho são:

  • A flexibilidade;
  • A transferibilidade; 
  • A polivalência;
  • A empregabilidade.

Para a parte económica da empresa, a gestão por competências implica o dispor de trabalhadores flexíveis para lidar com as mudanças no processo produtivo, enfrentar imprevistos (incidentes/eventos) e passíveis de serem transferidos de uma função para outra dentro da empresa requerendo-se, para tal, a polivalência e a constante actualização das competências.