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Universidade do Minho

Grandes escolas abrem portas no mundo da investigação.
O peso de ter uma grande escola no currículo!
Participar num programa de uma grande universidade internacional abre portas de sucesso.
Mas não é só o nome. Também contam os métodos de ensino e a ligação ao mundo industrial.

O que têm em comum um doutorado português premiado no campo da engenharia e um aluno russo que acaba de entrar como efectivo na Google? Ambos são casos de sucesso que ilustram a importância que as parcerias com grandes programas internacionais podem ter para as universidades portuguesas. Programas como o MIT, por exemplo. "O nome do MIT é uma referência mundial em relação à qual não há dúvidas. Há desta forma uma clara oportunidade de o usar como desbloqueador, como forma de aceder a algo que pretendemos", explica Alexandre Ferreira da Silva, aluno de doutoramento na Universidade do Minho no âmbito do Programa MIT Portugal, na área "Engineering Design and Advanced Manufacturing" (EDAM), que foi recentemente galardoado com o prémio Iberian PVC Forum, pela criação de uma folha flexível de PVC de grande utilidade na área biomédica sector automóvel e construção civil.
Esta vitória pode ser explicada não só pela importância de um nome, mas também pelo próprio contributo que esta reconhecida escola pode ter nos métodos de ensino. "A marca MIT tem, sem dúvida, reconhecimento mundial, induzindo uma grande procura dos projectos educativos associados ao programa, por parte de alunos (portugueses e estrangeiros) de qualidade superior, e o interesse do tecido industrial", explica Olga Carneiro, da Universidade do Minho, coordenadora da área EDAM do Programa MIT Portugal, que acrescenta, no entanto, que só isso não chega. "O que funciona é, indubitavelmente, o contributo efectivo do MIT nos projectos de ensino e de investigação em curso no programa".
Fundamental ao sucesso de qualquer um destes projectos é a ligação com o mundo industrial, sendo exemplo disso o modo como todo o trabalho de Alexandre Ferreira da Silva foi feito em colaboração directa com a TMG Automotive.

"Certamente que a nossa decisão inicial de aderir ao MIT Portugal foi em grande parte motivada pelo prestígio do MIT como universidade de referência mundial", revela Isabel Furtado, administradora do Grupo TMG, "mas não nos podemos esquecer que três das melhores universidades do país se associaram (FEUP, Técnico e Minho) a este programa, credibilizando e estimulando a nossa participação".

De facto, esta capacidade dos grandes programas internacionais para unir universidades e empresas em projectos de maior âmbito acaba por permitir sinergias essenciais, explica Verónica Costa Orvalho, investigadora espanhola que, em conjunto com dois investigadores seleccionados pela Universidade de Austin e o apoio da Microsoft, no âmbito do programa UT Austin-Portugal CoLab, tem vindo a trabalhar numa plataforma de jogos destinados a ajudar crianças autistas a compreender melhor as emoções humanas. António Câmara, director do programa, defende, no entanto, que o valor de um projecto deste calibre transcende a importância de um nome. "Um projecto de investigação científica vale sobretudo pelos seus produtos e não pela sua origem", afirma.

Por vezes, no entanto, um nome pode mesmo abrir muitas portas. Basta olhar para Boris Smus, que dividiu os seus estudos pela Universidade da Madeira e Carnegie Mellon (CMU), no contexto do programa Carnegie Mellon Portugal, e atribui a esta experiência boa parte da razão para estar hoje a trabalhar na Google.
"Aprendi muito no programa, quase sem me aperceber. Uma empresa como a Google é muito exigente no currículo educativo dos seus candidatos, logo o nome "Carnegie Mellon" ajuda muito neste processo", revela.
Mais do que apenas para os alunos, estas parcerias são de importância fulcral para as próprias universidades portuguesas, explica Nuno Jardim Nunes, professor associado da Universidade da Madeira e um dos directores científicos do programa CMU. "A associação a marcas como a CMU representa uma das poucas formas que as universidades portuguesas têm para ganhar terreno relativamente à concorrência europeia e dos países emergentes". Pedro Quedas.
CASOS DE SUCESSO Carnegie Mellon Boris Smus sempre quis trabalhar na Google, tendo-se candidatado várias vezes para uma posição como engenheiro de 'software' durante a sua licenciatura, mas foi sempre rejeitado.
Mais tarde na sua carreira académica, conseguiu finalmente um lugar como estagiário na Google TV.
Mas só depois de ter terminado o mestrado Carnegie Mellon Portugal é que sentiu que tinha as qualificações totais para se candidatar para um cargo a tempo inteiro. "Especialmente importante para conseguir um emprego numa empresa como a Google foi ter aprendido como falar em público ou aprender a gerir o meu tempo enquanto tento equilibrar vários projectos criativos simultaneamente", afirma o ex-aluno.

Hoje, Boris Smus trabalha na Google. MIT Galardoado com o prémio Iberian PVC Forum, o projecto que Alexandre Ferreira da Silva criou, no âmbito do programa MIT Portugal, debruça-se sobre o desenvolvimento de uma estrutura fina e flexível feita de PVC. O objectivo? "Ser usada na área biomédica como uma "segunda pele", permitindo a avaliação da cinemática das articulações do corpo; no ramo automóvel para avaliação da estrutura do veículo, através de recobrimento do interior automóvel com esta folha; ou na construção civil para identificação de aparecimento de fissuras em estruturas como torres eólicas", explica Alexandre Ferreira da Silva, que trabalhou sempre em conjunto com a TMG Automotive, ilustrando o tipo de sinergia com o mundo industrial que este programa promove.
UT Austin LIFE is GAME é uma das maiores apostas do programa UT Austin-Portugal CoLab. Desenvolvido pela investigadora espanhola Verónica Costa Orvalho, da Universidade do Porto, em conjunto com J. K. Aggarwal and Yan Zhang, da Universidade do Texas Austin, o projecto consiste na criação de um software informático de animação interactivo que pode ajudar crianças autistas a reconhecer emoções faciais. "A equipa de Austin que promoveu o projecto fez um 'matching' excepcional com os investigadores. Houve uma sinergia perfeita", afirma Verónica Costa Orvalho, que lembra que "todo o projecto é de base etimológica. A ideia é criar a plataforma e deixar as bases para que se possam criar outros projectos para utilizar estas metodologias".

Fonte: Universidade do Minho

Data: 12-04-2011

13-04-2011
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